A Indiada

Um ano de muita festa, bebida e mulher!!! Ou não...

Thursday, June 30, 2005

Novidades

Hoje foi nosso primeiro dia de Treinamento. Nada de trabalho, apenas uma atividade de introdutória, chamada "Satyam Induction Program". Fiquei meio perdido no início por causa do Inglês. Na primeira atividade eu não tinha a menor idéia do que tava acontecendo. Como a gente não tinha muito tempo pra terminar a tarefa, fiquei boiando e era isso. A atividade era dar um nome a uma empresa (eu acho), criar um logo, um a frase de efeito e inventar alguma atividade dessa "empresa". Acredito que era para servir apenas como integração. O grupo do Zamin foi o mais engraçado. A atividade era escrever seu próprio nome com a bunda, bem ao estilo da AIESEC... Aposto que foi idéia do Zamin, porque ninguém conhecia. Muito engraçado ver os irlandeses escrevendo o nome rebolando. Hehehe.
Depois disso a coisa ficou mais leve, algumas apresentações em flash (eles adoram flash) e uma provinha em grupo. Nada de mais. Mas é cansativo prestar atenção em inglês. Cansa duas vezes mais... A parte boa é que as 15:30 estávamos liberados. Treinamento só amanhã.
Daqui um pouco vou para academia. Ainda não conheço, mas parece ser show de bola. Essa primeira semana tá um mar de tranquilidade. Só quero ver quando começar a apertar.
Ontem liguei para os guris (Thiago e Giu). Foi muito engraçado. Como ele não conhece o número, comecei a falar em inglês com sotaque bem indiano. "I need to talk to Giuliano, the bitch", era só o que eu dizia. Quando ele já tava meio indignado falei que era eu. Hehehe. Combinamos de nos ver num findi desses. Não sei ainda qual. Afinal, estamos a 600 km de distância. Talvez vamos esperar pelo Carlos.
Semana que faremos nossa primeira viagem. Iremos a Hospet. Não sei onde fica nem a que distância. Estou indo com os Irlandeses, já que eles falam Inglês. Mas já to achando que a viagem de trem vai ser uma merda. 12 horas de trem pagando 200 rúpias (10 reais) é foda. Se formos sentados já ficarei feliz... E dê-lhe burocracia, até pra comprar passagem de trem. Tem que preencher um formulário (mais um) com o nome, idade e passaporte de cada um. Ainda tem que deixar o nome e endereço de quem tá comprando. Só na Índia.
Agora eu acho que a turma está completa. Somos em 16 (2 brasileiros, 2 polonesas e 12 irlandeses). E por falar em Brasil, dê-lhe Seleção. Os 4 a 1 de ontem foram show de bola. Ainda bem que tem ESPN aqui. E falando em futebol. Só vi que meu time tá indo bem. Parece que tá em 4o. já... Que beleza.
Ontem encontramos um brasileiro que trabalha na Satyam. O cara é filho de indianos (Allick não sei o que Barreto) e deixou o Brasil aos 11 anos. Muito bom conversar com algum brasileiro. :-) Ele deu alguns detalhes sobre a Satyam no Brasil. A Satyam ainda não possui um escritório registrado. Já possuem operações por aí, mas nada de concreto. Diz ele que é muito difícil abrir uma empresa estrangeira. Para cada estrangeiro deve-se contratar um brasileiro, o que acaba aumentando os custos e tal. Espero que o escritório já esteja aberto quando eu voltar. :-)
E o trânsito continua aquela maravilha. Ontem vi uma vaca fazendo o que os vira-latas fazem no Brasil: correndo atrás dos carros. No meio da rua tava aquele baita bicho de um lado pro outro. Inacreditável. As vezes se ve uns camelos por aí. Tem um povo nômade na beira da estrada que tem camelos. No Brasil é sem-terra, aqui é cigano, mas tudo bem.
As ruas da Índia são muito engraçadas. São sujas e limpas ao mesmo tempo. É meio difícil ver as ruas (as principais pelo menos) cheias de lixo, como no Brasil. É tudo bem varrido, tem sempre alguém (quando eu digo alguém significa 4 ou 5 indianos no mesmo lugar, geralmente a família inteira) limpando. Mas, um pouco mais ao lado, tem um lixão que é uma sujeira e um fedor de espantar qualquer um. Sinistro.
Abaixo seguem algumas características:
Como em alguns países, os indianos são supersticiosos. O número 13, por exemplo, não é utilizado na numeração dos apartamentos. Estamos hospedados no quarto de número 12. Curiosamente, ao lado deste quarto, não está o 13, mas sim o 41. Isso mesmo, 41. Como tem 40 quartos, eles colocaram o 41 ao invés de simplesmente pular o 13. Irado, como diria o Marco...
Indiano quando afirma alguma coisa não balança a cabeça para frente e para trás suscessivamente, como manda o figurino; mas sim deita a cabeça para os lados duas ou três vezes. É muito engraçado. Parece que tá dançando.
Acho que por hoje é isso.

Tuesday, June 28, 2005

Segundas Impressões

Bom, aqui estou eu de novo, no meu segundo relato sobre a Índia.
Vamos por parte:

A cidade:
A cidade é uma coisa de louco, "surreal", como diz o Thiago. Diferente de Mumbai, Hyderabad não tem tanto contraste assim, porque é uma cidade mais pobre. Carros importados quase não existem (praticamente tudo que é carro moderno é TATA car - êta concorrência desgraçada...). Os prédios são antigos e em péssima conservação. Mas isso é na maior parte da cidade. Tem uma "região", chamada de Hitech City, que abriga muita modernidade. Apenas passamos por lá ontem de carro e só deu pra ver de longe. É lá que estão os prédios mais bonitos e modernos de Hyderabad. É claro que a Satyam tem um "pequeno" escritório lá, mas ainda não conheço. Afinal, a empresa é praticamente dona dessa cidade.
Domingo fomos ao cinema. IMAX. Padrão internacional. Show de bola. A tela é enorme. Não entendi muito as falas, mas nem precisava. Afinal era desenho mesmo... (Robots). Só olhei porque não tinha outro. Mas, sempre tem um mas, quase no final do filme acabou a luz... Sem gerador, o filme parou, mas só por alguns minutos. Normal.

Satyam:
A Satyam é uma empresa gigantesca. Ainda não sei o que fazem, mas pela estrutura já dá pra ter uma grande idéia. Há vários prédios espalhados pela cidade, um mais opulente que o outro. Todos rigorosamente vigiados. A segurança na Índia é uma coisa levada muito a sério. Em cada portão tem uma meia dúzia de seguranças. Bom, apesar de nosso treinamento ter começado na teoria, ainda não fizemos nada. Ontem foi nosso primeiro dia. Mesmo sabendo do famoso "Indian Time", acordamos cedo (8:00) e fomos atrás da nossa aula. Óbvio que não tinha nada. Andamos de um prédio a outro (um dizia que era no outro, e o outro dizia que era no um...) até que ligamos para o Rishi (o responsável pelo treineeship) e fomos informados que às 11:00 iríamos para o centro. Pontualmente às 11:47 estávamos partindo para lá. Tudo que tivemos que fazer no nosso primeiro dia de trabalho foi preencher alguns formulários e tirar 15 fotos. Isso mesmo, quinze. Absurdo. Ainda bem que aqui é muito barato. Paguei apenas 150 rúpias (menos que R$10,00). Só pra ter uma idéia, as duas fotos 3x4 do passaporte saíram mais caras... Mas o mais absurdo é que os formulários só eram necessários para hoje. Dava pra fazer em casa tranquilo...
Hoje a coisa não foi diferente. Pontualmente lá pelas 10 da manhã (o combinado era as 9:00) fomos para o centro. Ah, cada ida ao centro demora rápidos 40 minutos. Depois de esperar mais uns 40 minutos pelo Rishi, fomos até outro escritório preencher mais alguns formulários. E usar as fotos... Quando digo formulários, não pensem em um ou dois, mas sim em 15. E tem gente que reclama da burocracia brasileira, tsc tsc. Só o nome, passaporte e visto escrevi nuns 10 lugares diferentes. Pelo menos agora tá tudo OK. Contrato assinado, conta bancária criada, crachá, email ( eduardo_santiago@satyam.com) etc. Pelo menos hoje chegamos um pouco mais cedo em casa...

Centro tecnológico:
O centro tectnológico da Satyam (STC) é enorme. Tem 116 acres (não sei exatamente o que isso dá em metros, mas é grande...). Dá pra se perder tranquilamente. Tem de tudo aqui dentro, menos internet. Estamos por enquanto eu e o Zamin num quarto do complexo residencial. O quarto é muito bom. Duas camas, banheiro com água quente, papel higiênico, ventilador etc. Se tivesse um frigobar era show... O telefone fica junto à cantina. Não é lá tão barato. 1 real por minuto é meio carinho... 20 minutos de telefone dá uns 15% do meu salário... Tem um clube aqui também. Ainda não fui lá ver como que é, mas sei que tem muita coisa pra se fazer, como Andar de cavalo, aprender golf, jogar tênis, criquet, pingue-pongue, xadrez, fazer ginástica e até mesmo karate.
A segurança aqui é muito estranha. Toda vez que tu vai sair de carro (tem um motorista que nos leva pra cima e pra baixo) o cara vasculha o porta-malas. Mas não olha as mochilas. Muito estranho. O único problema desse centro tecnológico é que fica muito longe. 23 km do aeroporto (que fica no centro), o que dá uns 40 minutos de carro. Internet aqui é uma coisa meio rara. Levei mais de meia hora pra conseguir um computador que tivesse acesso. Os laboratórios de treinamento aparentemente têm acesso, mas nem sempre funciona. E quando funciona.... nossa.

O trânsito:
O trânsito indiano é uma coisa de louco. Indescritível. É um buzinaço de final de Copa do Mundo incrível. Indiano buzina sem motivo algum. Se ele tá cruzando uma rua, ultrapassando alguém, estacionando o carro, qualquer coisa, ele buzina. Acho que até estou entendendo. Eles preferem passar a responsabilidade do trânsito pro outro, pro que vem de trás. Desse jeito, eles não precisam prestar muita atenção no trânsito, basta sair da frente quando alguém buzinar. Aqui ninguém dá sinal pra dobrar, simplesmente buzina e joga o veículo, o de trás que pare... Tem muito carro que anda na contramão, super normal. O estranho é que funciona.
As ruas são tomadas de motos e rickshaws (veículo de 3 rodas que só cabe 3 passageiros, mas eu já vi até com 5). Domingo andei num, muito louco. A maioria dos veículos tem "Please Horn" (Por favor, buzine) escrito atrás. Muito irado.

Comida:
A comida é com certeza o maior desafio. Impossível comer sem um litro de água. Eles são apaixonados por pimenta. Tem em tudo. Até elma chips tem pimenta. E não adianta pedir comida sem pimenta, todas têm. Ainda não experimentei algo "desapimentado". A parte boa é que ainda não aconteceu nada. Meu estômago dá mostras de ser muito resistente... Hehe.
Por enquanto só tenho bebido água. Nem todas eu sei a procedência, mas aqui na Satyam pelo menos é tudo de garrafão. Só não sei de onde o garrafão vem... No aeroporto bebemos um refrigerante muito podre: "Masala Soda". Putz, muito ruim. E ainda é salgado... Coisa de indiano...
Ontem fomos a um restaurantezinho ("Sony Family Dhaba", não entendi muito bem, mas tem muitas "Families" por aí). Tomamos algumas Kingfisher. Paulo, só pra ti, 50 rupias. Barbadinha!!!

O povo:
O povo é muito atencioso. Os motoristas são os mais legais. Ainda não entrei em muito contato com eles porque o inglês é meio complicado de entender...
Mas o indiano é meio lento, incompentente. As coisas demoram a acontecer. Onde poderia ter um indiano, tem 5. É tudo em demasia. Hoje tinha 3 indianos servindo nossa comida (éramos 12) e um parado fazendo sabe-se lá o que. Na rua a coisa mais normal que tem é encontrar um indiano parado não fazendo nada. Tem muita gente pra pouco trabalho. Tem muita coisa que parece que tá na idade da pedra. As mulheres varrem o chão com uma vassourinha de palha e juntam com a mão; e demoram muito pra isso. Incrível que não possuem uma pá e uma vassoura... Coisas que só se vê por aqui...

Outros trainees:
Ontem conhecemos os outros treinees. Por enquanto somos 12. 2 brasileiros, 1 polonesa e 9 irlandeses. Achei que só ia ter homem, mas tem mais mulher que homem (7 contra 5).
Ainda to apanhando no inglês. E com esses sotaques indiano e irlandês só complica mais... Tem um cara que é meio gago. Não entendo p**** nenhuma.
Bom, por enquanto acho que era isso. Já estou há uma hora e quinze escrevendo. São 21:00 (horário indiano) e preciso ir. Tá chovendo e tenho que comer. Arghhhhh.
Em breve darei meu telefone, caso alguém queira ligar...

Friday, June 24, 2005

Primeiras Impressões

E aqui começa a indiada...

Acabei de chegar em Mumbai, e dei de cara com o povo Indiano. Uma loucura. Caos total. Gente por toda parte, apesar de ser uma da manhã. Nada comparado com Heathrow e Guarulhos. Só pra ter uma idéia, pra subir no segundo andar, tem que sair do aeroporto e passar portrezentos indianos, depois de mostrar 10 vezes o passaporte.

Enfim, o aeroporto é fedorento, sujo e caótico. E tá um calor do inferno.

O inglês até que não tá tão ruim. Dá pra entender bastante coisa. O TOEIC foi mais difícil.
Acho que era isso. Amanhã escrevo mais...

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