A Indiada

Um ano de muita festa, bebida e mulher!!! Ou não...

Thursday, August 25, 2005

Fim das Ferias...

Depois de 4 longas e cansativas semanas de espera e ferias imprevistas, achamos alguma coisa pra fazer... Segunda feira comeca a pegada!!! Show de bola...
Nao era exatamente o que a gente tava pensando, mas depois de 4 semanas de enrolacao, qualquer merda serve. Nosso querido gerente de RH, Ravi, deu-nos duas opcoes na terca feira a noite:
1. Trabalhar na Area de Testes no Cyberspace da Satyam localizado em Hitec City, que fica em Hyderabad (nosssa cidade), ou
2. Trabalhar na Area de Business Inteligence (que eh o que a gente tava pensando em fazer) na capital de Orissa (eh um Estado, e nao o animal!) chamada Bhubaneshwar.
BHUBA o que!??!? Essa foi a reacao de todos... "Bhuba... what?!? what a fuck is that???" normal...
Bhubaneshwar eh a capital do estado de Orissa, fica no longiquo nordeste indiano, a 500km de Calcuta. Ou seja, eh no meio do nada... E tem "apenas" 600 mil habitantes... Cidade na India com menos de 1 milhao de habitantes eh cidade de Interior!!! Chinelagem!! Pra completar, vimos no Lonely Planet que os hindus tao atacando cristaos num movimento anti-cristao e anti-muculmano... Saih pra lah, meu!!! Tah loco!!!
Nem preciso dizer que escolhemos a opcao 1, e ficamos com a area de Testes em Hyderabad... Nada mal, ateh porque era minha primeira opcao antes de ser um Satyamite...
O unico problema vai ser o transporte, porque vamos ter que pegar uns 2 ou tres onibus, talvez onibus mais trem... Nao sei ainda... Soh sei que vai ser mais de 1 hora e meia de viagem... Soh de ida... Mas a gente dah um jeito...
Entao eh isso, segunda-feira a gente (Eu, Zamin e Akshaya - a irlandesa que nasceu na India, segundo a definicao do Zamin) comeca nosso treinamento (tah pensando q a gente ia pegar no pesado logo de prima assim???).
Eh esperar pra ver que merda eh essa!!!

Friday, August 19, 2005

De casa nova

Hoje finalmente nos mudamos pra nova casa.

A casa é show de bola. Tem 2 pisos, 3 salas grandes, 3 quartos, 3 banheiros (2 deles tem banheira), uma cozinha grande e um terraço.

A casa não é mobiliada, então tivemos que alugar tudo. Camas, sofá, geladeira, fogão, máquina de lavar, cadeiras... Tudo... No total vamos gastar umas 18 mil rúpias (todo meu salário), que dá uns mil reais. Foda que tivemos que pagar o tal do depósito na primeira sentada, que é de 10.000 rúpia s para cada um. To zerado agora... Talvez eu tenha que apelar pro cartão dos coroas.. hehehe.

Um dos problemas da casa é a localização, porque ela fica um pouco afastada. Acho que uns 10 km. No máximo. De ônibus dá uns 30 minutos até o centro. O foda que os ônibus daqui não são que nem no Brasil. Parece que todo dia e toda hora é dia de jogo do Grêmio ou Inter... É neguinho pendurado pra tudo quanto é lado... Dependendo do lugar que a gente tiver que trabalhar tenho que pegar dois ônibus.. Aí fudeu...

Mas a casa é bala!!!

E trabalhar que é bom nada!!! Hoje completaram 3 semanas se fazer absolutamente nada. Dizem que vou ter uma entrevista segunda-feira.. Só quero ver..
O detalhe é que o Gerente de RH responsável pelos trainees enviou uma mensagem de texto pro celuluar da Indiana-Irlandesa dizendo que teremos uma entrevista na segunda... Vê se pode!!! Três semanas esperando pro cara me confirmar por SMS. Putz..

Mas tamo aí!!! E a indiada continua...

E tem gente que diz que viu indiana bonita na noite... Acho brabo...

E o Carlos jura de pé junto que viu um rickshaw em Porto Alegre... Em plena Ipiranga!!! Vê se acorda magrão!!!

Segunda Indiada

Bom, semana passada fiz mais uma indiada. E das boas!!!

Tudo começou na quinta-feira, quando tive que sair as 7:15 do STC para ir pro centro e procurar a Siemens pra arrumar meu aparelho... 7:15 da manhã, ninguém merece. Como já era esperado, não pude consertar a porcaria em Hyderabad. Os caras tinham que enviar o troço pra Bangalore e eu tinha que esperar 5 dias (leia-se 15). Como eu não podia ficar sem o aparelho, já que tô num país que se fala Inglês (será!?!??!) e sem escutar direito, a melhor solução era ir direto pra Bangalore e arrumar lá mesmo. E foi o que fiz. O problema é que meu ônibus saía as 21:00 da quinta. Tive que ficar o dia inteiro esperando o ônibus. Um saco.

Como me disseram que ônibus era melhor que trem, e que era mais rápido e blábláblá, nem perdi tempo, fui lá e garanti minha passagem na segunda melhor categoria: Sleeper Class.

Só um detalhe, aqui não tem uma rodoviária e tal, onde tu pega o bus pra Floripa no terminal número X. Pra pegar o ônibus tem que ir até a agência que te vendeu a passagem (pode estar em qualquer lugar) e pegar lá mesmo. No meu caso foi um pouco diferente. O ônibus estava a algumas quadras, e pra chegar lá o cara forneceu um rickshaw como transporte. Sem problemas, exceto que o motorista era um piá de 15 anos. Ve se pode...

Mas voltando ao que interessa. O ônibus era uma relíquia dos anos 70 modificada pra caber mais gente (como sempre). Muito interessante até. Cada fila era dividida em duas partes (poltronas embaixo e camas em cima). Como eu tava no Sleeper, já me atirei na minha cama. Embora curta (indiano maior que 1,70 m é anomalia) era um pouco mais larga. Já tava bem feliz no meu sono, depois de meia hora de viagem (viagem não, o bus ainda tava na cidade pegando gente) quando o cobrador me acorda, dizendo que eu tinha q ir mais pro lado... Não entendi muito bem, mas quando outro magrão deitou do meu lado não precisava de outras explicações... Inacreditável!!!! A cama era pra dois!!!!! Dois magrão deitado um do lado do outro!!! E por 12 horas ainda!!!! Puta que pariu!!!! Muito gay!! E o loko roncava!!! Ainda bem que o ônibus era barulhento... E sem o aparelho então nem escutava, hehehe As vezes o cara levantava aquele braço pra fazer de travesseiro. Só imagina né... Nunca senti tanta saudade da Vanessa!!!

Chegando no destino, tive que pegar mais um busum. Imagina que tu tá na estação da rodoviária de Porto Alegre, onde sai ônibus pra tudo quanto é lado, e as placas de referências estão escritas todas em Kannada (ou Hindi). Os únicos caracteres em inglês são os números dos ônibus. Mas pra que me servem números se não sei a rota deles??? Depois de meia hora tentando decifrar, achei uma boa alma que entendia algumas palavras em inglês além de "tomorrow" (indiano adora "tomorrow", incrível) e peguei o busum. Mais uma hora e meia pra chegar no tal de ITPL (International Tech Park, ou IT Park). Claro que o ônibus não me larga na frente né... tive que pegar mais um microônibus, no qual a parte do meu corpo que tava pra dentro era meu braço... Meu corpo todo tava pra fora, de tão atrolhado que tava aquilo... No total paguei 15 rúpias. Bem mais barato que as 300 rúpias que os ricksheiros estavam me oferencendo...

O mais irado dessa história é que o prédio que a Siemens tá localizada é o mesmo prédio que o Thiago e o Giu trabalham. Só muda o andar. Incrível! Com tando prédio espalhado por aí, fui parar no mesmo que o deles.

E a indiada continua. Depois de arrumar o aparelho em meia hora (nunca vi tanta agilidade por parte de um indiano!) e não pagar nada, saímos do IT Park e fomos de volta pra estação de ônibus pegar outro busum pra uma outra cidade distante 110 km de Bangalore, chamada Mysore. Já to ouvindo alguém dizer... "110km, barbada! 1 hora tá chegando... Como ir de Porto Alegre a Capão". Mas na Índia a coisa é diferente.. Tempo total de viagem: 4 horas (parando 20 minutos pra não sei o que). Na viagem tava passando um filme indiano(é.. tinha TV no ônibus, que droga). O filme era uma mistura de romance com kung fu japonês. Começou numa pancadaria na qual o soco passava a 30 centímetros do rosto do cara. Parecia aquelas comédias antigas... Resumindo: ridículo.... Só valeu pelas risadas... ehhehe

Mysore é uma cidadezinha (mais de 1 milhão e meio de habitantes) que é famosa pelo Palácio, que foi ocupado por alguém importante e que tinha muito dinheiro. Muito bonito o palácio. Enorme. Todo requintado. Show de bola. Mais tarde mando as fotos. No sábado ficamos apenas em função do Palácio.
À noite chegou mais uma galera lá. No total éramos em 10. Eu, Thiago, Giu, Esther (peruana que mora com os guris), Eric (espanhol que mora em Bangalore), Carlos, Stephanie e Marie Eve (canadenses colegas do carlos), Colm (Irlandês) e Nora (mexicana).

No domingo resolvemos ir pra outra cidade vizinha que é famosa por parques e safaris. Mais 100 km e mais 4 horas de viagem. Saímos as 5:30 da manhã... O problema foi que chegamos lá de manhã e o troço só abria as 4 da tarde. Que cagada... Acabamos indo para uma cachoeira que ficava alguns quilômetros dali...
O resultado do domingo foi que gastamos 300 rúpias pra ver uma Cachoeira de merda que não tem nada de mais...

Acho que passei mais de 50 horas viajando... Pra ver um palácio e uma cachoeira. Bah!!!

E isso foi o nosso findi... Saí na quinta-feira de Hyderabad e voltei só na terça (segunda era feriado, dia da Independência). Como não to trabalhando ainda, não tinha problema nenhum...

E na volta voltei de ônibus normal, sentado!!! Dividir uma cama com indiano nunca mais. Chega de choque cultural.

Wednesday, August 03, 2005

Outro findi pra ficar na História

Outro findi pra ficar na História. Sábado os guris vieram pra cá pra conhecer nossa "maravilhosa" cidade.



Essa foto foi tirada logo na chegada deles. Aí estamos nós: Giuliano, Carlos, Eduardo e Thiago na Índia. Que beleza hein!!! Cadê o André pra fechar o quinteto???
O sábado foi um dia longo, com muitas histórias pra dar risada.


O tour pela cidade começou pela mesquita que se encontra ao fundo da foto à direita. Não faço a menor idéia do nome, mas esses detalhes podem ser encontrados no blog do Zamin. Não que ele saiba tudo, mas é que o Lonely Planet deixa tudo mastigado pra ele...





A mesquita nos dá uma bela visão da cidade. A foto da direita foi tirada lá de cima. No centro da foto podemos ver outra enorme mesquita. Aproveitando o embalo da pra ver um pouco mais do caótico tráfego de Hyderabad. Detalhe que era sábado...





Na esquerda fica outra mesquita (como gostam de mesquitas esses muçulmanos!!!). Não achei muita graça. Afinal, só fui lá pra tirar foto mesmo... Rezar é que eu não ia!!!

De novo, o nome dos lugares podem ser encontrados no mesmo blog citado anteriormente (eu espero...).



A foto da direita foi tirada do alto da primeira mesquita. Ficou meia boca porque o magrão que tava tirando a foto era um "guia turístico" que mais atrapalhava que ajudava... Mas tudo bem, pelo menos ele não cobrou...




Essa outra foto foi tirada de dentro da última mesquita. Nada de mais, só um monte de mármore espalhado por tudo quanto é canto e um bando de sem-nada-pra-fazer descansando lá dentro... Afinal, estamos na Índia. Gente é o que não falta.


Como estávamos na parte muçulmana da cidade, tinha muitas mulheres muçulmanas com as suas desejadas burcas. Coisa linda!!! Fico só imaginando: "Que será que tem por baixo dessa burca???".
Claro que não perdi a oportunidade e comprei uma pra mim também, ou melhor, pra Vanessa. Viu, agora é só de burca!!!! Vai te acostumando...
Encerramos o tour comendo três deliciosas pizzas do Pizza Hut (sim, aqui também tem Pizza Hut). Enchi o buxo (ou será bucho?!?) como há tempos não fazia.

Mal sabíamos que a Indiada tava só começando...

Saímos do Pizza Hut e fomos para uma suposta festa que estaria acontecendo no apartamento do Miguel (onde o Thiago e o Giu ficariam). Mas no meio do caminho é que acontece o pior... Estávamos em dois rickshaws e paramos pra comprar umas cevas. Só que como eram dois, um rickshaw ficou e o outro se foi. O detalhe é que nessa parada eu troquei de lugar com o Carlos; e sem saber, a mochila dele tava nesse rickshaw. Uns 15 minutos depois o Carlos aparece perguntando da mala que tava com a gente... Aí fodeu... 1 tênis Nike, duas camisetas, uma calça, uma garrafa de cachaça (puta merda, a garrafa tava junto!!!!) e um livro de PNL do Thiago... Fazer o quê né, vamo atrás do rickshaw. Pelo menos a gente sabia o número da placa: AP9W3156.
Que idéia a nossa: procurar um rickshaw na Índia!!! Tem mais rickshaw do que qualquer outra coisa aqui!!! (E diz o Carlos que viu um rickshaw em Porto Alegre, em plena Ipiranga!!! Hahaha. Acorda Carlinhos!!!!)

Mas fomos à luta. Achamos um policial e fomos tentar achar o dito cujo. Eu tava achando que a gente ia chegar na Delegacia, dar o número da placa e pegar algum contato, tipo telefone, endereço e tal.. Que nada, a delegacia não tinha nem máquina de escrever!!!
Depois de contar a mesma história pra 4 policiais diferentes, conseguimos obter a excelente resposta que onde pegamos o "auto" não era na área daquela delegacia. Teríamos que ir à outra delegacia... Êta burocracia!!! Só fiquei meio assustando quando nós estávamos dentro da delegacia, contando a história pela terceira vez, os caras começaram a falar Telugu e nos olharam de cima a baixo, só cuidando as roupas... Já tava achando que ia voltar pelado pra casa..
Pensa que a Indiada terminou? Que nada!!! Lá se vão Thiago e Zamin em busca da delegacia. Depois de perder mais 10 minutos tentando saber quanto tempo demorava pra chegar na tal delegacia da Rua 3 (se não me engano), os dois foram lá com o outro policial.
Chegando lá, os caras começaram a complicar porque a gente não tinha certeza de uma letra da placa e tal.. Depois de alguma insistência, o cara disse pro Zamin preencher um formulário lá que eles "fariam o possível". O detalhe no formulário é que ele era simplesmente uma folha de ofício em branco!!! Vê se pode!!! O Zamin teve que escrever tudo na mão... "I, Eduardo Zamin, son of ...". Delegacia from Hell, como diria nosso grande amigo Jota Sérgio!!!

Duas horas depois, sem mais alternativas, voltamos ao apê do Miguel. O problema agora é que os caras tavam saindo pra uma festinha que ninguém tinha a menor idéia de onde ficava e o Carlos tava de bermuda e chinelo. Decidimos então ir pro apartamento do Rishi (o cara da AIESEC que "cuida" da gente aqui). O Carlos ligou pra um tal de Rodrigo e ele disse que o pessoal tava tudo indo pra lá. O detalhe é que esse Rodrigo não era um dos colegas do Carlos, mas sim um trainee mais antigo que morava naquele lugar. Óbvio que chegamos lá e não tinha ninguém!!!! Mesma coisa da sexta feira, quando eu, o Zamin e o Patrick (irlandês) fomos ao apê do Rishi e não tinha ninguém. Só depois de uma hora que o pessoal chegou, e sem cerveja!!!
Como já era tarde e o último bus já tava perdido, chamamos um taxi pra voltar pro STC.
Quem tinha o número era o Rodrigo (o mesmo Mexicano de antes), e foi ele que chamou o taxi pra gente. Como a gente sabia que o táxi era caro, a gente tava tentando acertar o preço da corrida antes, ao invés de fazer pela quilometragem. Como o cara tava na dúvida, ele fez uma ligação e passou pro Zamin negociar. Aí tava lá o Zamin, negociando com o cara, quando o cara falou algo tipo..."Não sei, acho que tu pode fazer preço fixo, vê com ele...". Foi aí que o Zamin se ligou o cara com quem ele tava falando não era chefe ou algo assim. Era o mexicano que recém tinha chamado o táxi pra gente!!!! Hahahahahhah. Muito engraçado!!!! Vai entender esses indianos...


Já no STC, fomos pra festinha de aniversário da eslovaca Katarina (a de cabelo ruivo na foto ao lado). Tava bem legal, mas não tinha muita gente. A festa foi no apê das canadenses Marie Eve e Stephanie (as duas da esquerda). E pra comemorar aniversário de eslovaco, tem que ter uma bebida típica.
E o troço era forte!!! Era praticamente álcool com essência de alguma coisa... Aquilo sim que queimava a garganta. 58% de álcool. E eu achando que Cachaça era forte... Quanto ingenuidade...
Depois da festa, tivemos que achar cama pro Giu e pro Thiago. Os dois acabaram dormindo no chão, em cima de um cobertor... O Thiago dormiu abraçado na Bandeira do Brasil, muito bala!!! O Carlos que tem as fotos...

O sábado foi isso...


No Domingo fizemos outra indiada. Fomos no Golconda Fort (esse eu sei o nome). Era bem legal até. Mas sabe como são os fortes... um monte de pedra uma em cima da outra... O mais interessante era a vista. Bem em cima do morro ficava uma sala onde os indianos guardavam os diamantes... Mas os ingleses vieram e destruíram a metade...


E esse foi o nosso findi em Hyderabad. Certamente inesquecível!!!



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